A pouco estava lendo uma postagem onde um companheiro mostrou visivelmente o seu descontentamento, e com uma boa dose de razão, para com o seu GPS, principalmente no tocante à bateria comparando-a dejetos! É bem sabido porém que aquele fiozinho que sai do bocal do 12 V outlet e vai até o GPS, por vezes incomoda um bocado, então questionamos porque que com tanta tecnologia disponível não se faz uma bateria que possa alimentar um GPS durante horas, mas a coisa não é tão simples assim, o grande vilão da história, ou seja, o maior consumidor de energia é o display, então é perfeitamente compreensível que um display com maiores dimensões consuma mais energia.
Se fizermos uma reflexão apenas, e imaginarmos como seria um GPS à trinta anos atrás, mais precisamente em 1980, nesta época todo o equipamento digital usava a tecnologia TTL (Transistor Transistor Logic), que na verdade eram chips que pareciam uma taturana preta com 14 ou 16 patinhas e havia uns outros um pouco maiores, e consumiam em média 10 mA cada um, em 1980 não existia display de LCD ou coisa equivalente, então seria necessário a utilização de um tubo de raios catódicos mais conhecido como cinescópio, teríamos então a vantagem de termos um GPS com tela de 12, 17 ou 20 polegadas o que seria uma maravilha se não fosse a baixíssima resolução, porque naquela época os conversores digitais analógicos eram precários, indo para os finalmentes o nosso GPS seria acomodado em um gabinete de mais ou menos um metro cúbico, e alimentação seria provida por um banco de baterias de 150 ou 200 A, para transportar o nosso GPS precisaríamos de uma Pic-up onde seria acomodado em sua carroceria, o GPS e o banco de baterias, e pagaríamos por ele talvez uns R$ 80.000,00 ou mais.
Voltando 30 anos a mais no tempo, ou seja, em 1950, e se formos utilizar a tecnologia da época o nosso GPS seria construído com válvulas termo-íonicas, que eram um bulbos de vidros cheio de pecinhas de alumínio por dentro, e o display?, não existia nada na época, então ele seria construído em uma matrix de lâmpadas GE 47* com a resolução de 240x360 usando a pequena quantidade de 86.400 lâmpadas e teria um tamanho de aprox 2,6 x 3,8 m.
O nosso GPS com certeza teria dimensões enormes, para transporta-lo precisaríamos de um Treminhão, para quem mora nos grandes centros talvez não saiba o que é um Treminhão, na verdade é um caminhão com três carrocerias, então o nosso GPS seria acomodado assim:
Na primeira carroceria iria a unidade geradora de energia com capacidade para fornecer alguns milhares de KWA, mais ou menos como estas usadas nos sets de filmagem em Hollywood, na segunda e na terceira colocaríamos a unidade de processamento a memória e a interface conectada ao display que iria pendurado atrás da última carroceria, e tudo isto a uma incrível bagatela de alguns milhares de dollars.
Então temos que considerar, que apenas com alguns Reais, colocamos nos painéis de nossos carros um aparelhinho provido da mais alta tecnologia, que outrora jamais havia sido imaginada nem nos filmes de James Bond o 007, e não será exagero dizer que em um futuro brve, os novos GPS's estarão mostrando no display a imagem local em tempo real, e serão alimentados com uma pequena pilha nuclear, capaz de fornecer energia por muitos e muitos anos sem a necessidade de substituição, e sem o incoveniente de ter um fiozinho pindurado.
(*) Lâmpada GE 47, era usada antigamente para iluminar o dial dos rádios e tinha um diâmetro de 3/8’x 1” de comprimento, muitos engenheiros eletrônicos da atualidade, nunca ouviram falar destas lâmpadas.
Coiotte
O GPS Através dos Tempos
- Coiotte
- Usuario 0
- Mensagens: 66
- Registrado em: 09 Fev 2011, 23:00
-
- Usuario 0
- Mensagens: 11
- Registrado em: 05 Abr 2011, 22:05
Re: O GPS Através dos Tempos
Coiotte,
Seu post deveria percorrer todos os foruns, sem brincadeira...
Vemos tantos descontentes atuais que não sabem o caminho percorrido até agora para termos o que temos. A maioria - geração hi-tech - que pega tudo pronto.
Muito bom mesmo seu post.
Essa nova geração, em breve, já vai ter GPS [e outras informações] direto no parabrisa do veículo... e vai achar ainda defeitos, incômodos, etc. Ou talvez nem
precisem dirigir: enquanto jogam seus games, o veículo os levam para o destino, automaticamente - e ainda vão estar insatisfeitos.
Bom, isso é o progresso.
E acrescento: noto uma 'preguiça' muito grande em muitos que procuram informações 'prontas' - nem se dão ao trabalho de ler o post logo acima que teria a resposta.
Por outro lado, vemos muitos colegas que são verdadeiros 'monges' em capacidade e paciência para explicar tudo de novo, de novo e de novo. A você e a estes, meus
parabéns.
[]s
Seu post deveria percorrer todos os foruns, sem brincadeira...
Vemos tantos descontentes atuais que não sabem o caminho percorrido até agora para termos o que temos. A maioria - geração hi-tech - que pega tudo pronto.
Muito bom mesmo seu post.
Essa nova geração, em breve, já vai ter GPS [e outras informações] direto no parabrisa do veículo... e vai achar ainda defeitos, incômodos, etc. Ou talvez nem
precisem dirigir: enquanto jogam seus games, o veículo os levam para o destino, automaticamente - e ainda vão estar insatisfeitos.
Bom, isso é o progresso.
E acrescento: noto uma 'preguiça' muito grande em muitos que procuram informações 'prontas' - nem se dão ao trabalho de ler o post logo acima que teria a resposta.
Por outro lado, vemos muitos colegas que são verdadeiros 'monges' em capacidade e paciência para explicar tudo de novo, de novo e de novo. A você e a estes, meus
parabéns.
[]s
- Coiotte
- Usuario 0
- Mensagens: 66
- Registrado em: 09 Fev 2011, 23:00
Re: O GPS Através dos Tempos
Companheiro Jasgrafica,
Acredito que tudo é uma questão de momento, mas o mais importante é viver o momento, sou nascido na primeira metade do século passado, então em cada momento de minha vida tive a oportunidade de observar o que acontecia e depois com o passar dos anos poder fazer comparações, quando estudei eletrônica o top da tecnologia ainda eram as válvulas termo-iônicas que foram substituídas pelos transistores que por sua vez pelos circuitos integrados, depois o LSI (Large Escale Itegration) e agora a nanotecnologia, não sou saudosista, mas como tive a oportunidade de viver várias revoluções tecnológicas, me permito dizer que tenho subsídios para fazer comparativos, lembro que na eletrônica fazíamos cálculos com doze dígitos depois da vírgula, e ainda não existiam as calculadoras que surgiram na primeira metade dos anos 70, então os cálculos eram feitos com lápis e papel ou eventualmente com a régua de cálculo Archimedes que calculava por aproximação, agora realmente as novas gerações estão sendo moldadas pelo tudo pronto que por sua vez tem a sua validade, mas infelizmente acaba ficando no vazio com passar dos tempos, ou seja no futuro pouco se poderá dizer sobre o presente momento, se observarmos a história da humanidade gerações vividas a três ou quatro mil anos atrás conseguiram deixar informações que ainda estão sendo descobertas até o presente momento, agora a geração da atualidade, com toda a tecnologia presente conseguirá apenas relatar a presente época por no máximo quatrocentos anos ou talvez um pouco mais, parece estranho esta afirmação, mas se: um livro dura no máximo 150 anos, um CD ou DVD em torno de 200 anos, as mídias magnéticas um pouco mais de 30 anos, as memórias estáticas ainda não sabemos, mas vamos ao exagero de 100 anos, então meu amigo acabou-se a história, a menos que voltamos a escrever nas pedras.
Coiotte
Acredito que tudo é uma questão de momento, mas o mais importante é viver o momento, sou nascido na primeira metade do século passado, então em cada momento de minha vida tive a oportunidade de observar o que acontecia e depois com o passar dos anos poder fazer comparações, quando estudei eletrônica o top da tecnologia ainda eram as válvulas termo-iônicas que foram substituídas pelos transistores que por sua vez pelos circuitos integrados, depois o LSI (Large Escale Itegration) e agora a nanotecnologia, não sou saudosista, mas como tive a oportunidade de viver várias revoluções tecnológicas, me permito dizer que tenho subsídios para fazer comparativos, lembro que na eletrônica fazíamos cálculos com doze dígitos depois da vírgula, e ainda não existiam as calculadoras que surgiram na primeira metade dos anos 70, então os cálculos eram feitos com lápis e papel ou eventualmente com a régua de cálculo Archimedes que calculava por aproximação, agora realmente as novas gerações estão sendo moldadas pelo tudo pronto que por sua vez tem a sua validade, mas infelizmente acaba ficando no vazio com passar dos tempos, ou seja no futuro pouco se poderá dizer sobre o presente momento, se observarmos a história da humanidade gerações vividas a três ou quatro mil anos atrás conseguiram deixar informações que ainda estão sendo descobertas até o presente momento, agora a geração da atualidade, com toda a tecnologia presente conseguirá apenas relatar a presente época por no máximo quatrocentos anos ou talvez um pouco mais, parece estranho esta afirmação, mas se: um livro dura no máximo 150 anos, um CD ou DVD em torno de 200 anos, as mídias magnéticas um pouco mais de 30 anos, as memórias estáticas ainda não sabemos, mas vamos ao exagero de 100 anos, então meu amigo acabou-se a história, a menos que voltamos a escrever nas pedras.
Coiotte
-
- Usuario 0
- Mensagens: 11
- Registrado em: 05 Abr 2011, 22:05
Re: O GPS Através dos Tempos
Coiotte,
Pois é, também sou da sua época (metade do século passado), tb não sou saudosista mas tb tenho acompanhado essa evolução. Sorte pra nós que nascemos numa
época tão interessante. E as primeiras calculadoras 'programáveis' - foi um maior sucesso na escola de engenharia... depois o surgimento dos TRS-80, os primeiros
apple, apple II, etc. Com memórias de 16 e 32k! Fazia-se o que hoje talvez fosse milagres... Os circuitos eletrônicos eram fáceis de consertar [componentes discretos,
não havia CIs] e hoje, quando se procura fazer qualquer circuitinho na base antiga, quase não se encontra peças. Tô quase deixando meu hobby de eletrônica de lado
por isso... Você lembrou bem as réguas de cálculo (ainda tenho a minha numa gaveta, hehe). E como é bom apreciar essa evolução.
Quanto ao legado dessa geração para o futuro, acho que tudo vai ser mantido em mídias digitais mesmo, ninguém sabe mais gravar nada em pedra! Mas o que já foi
continuará sendo descoberto, até por meios mais 'modernos' do que já existe.
É isso aí, meu amigo, vamos continuar observando e ajudando no que nos cabe aos demais [alguns mais 'preguiçosos', outros mais interessados em aprender] e a bola
vai rolando.
Um grande abraço.
J.Alberto
Pois é, também sou da sua época (metade do século passado), tb não sou saudosista mas tb tenho acompanhado essa evolução. Sorte pra nós que nascemos numa
época tão interessante. E as primeiras calculadoras 'programáveis' - foi um maior sucesso na escola de engenharia... depois o surgimento dos TRS-80, os primeiros
apple, apple II, etc. Com memórias de 16 e 32k! Fazia-se o que hoje talvez fosse milagres... Os circuitos eletrônicos eram fáceis de consertar [componentes discretos,
não havia CIs] e hoje, quando se procura fazer qualquer circuitinho na base antiga, quase não se encontra peças. Tô quase deixando meu hobby de eletrônica de lado
por isso... Você lembrou bem as réguas de cálculo (ainda tenho a minha numa gaveta, hehe). E como é bom apreciar essa evolução.
Quanto ao legado dessa geração para o futuro, acho que tudo vai ser mantido em mídias digitais mesmo, ninguém sabe mais gravar nada em pedra! Mas o que já foi
continuará sendo descoberto, até por meios mais 'modernos' do que já existe.
É isso aí, meu amigo, vamos continuar observando e ajudando no que nos cabe aos demais [alguns mais 'preguiçosos', outros mais interessados em aprender] e a bola
vai rolando.
Um grande abraço.
J.Alberto